The Voice Of The People

sábado, 14 de dezembro de 2013

Onde Estão Nossos Valores Reais?

Há pouco tempo atrás, lendo um dos livros de Augusto Cury, “O código da inteligência” – um excelente livro – eu me apeguei em um trecho que diz o seguinte: “Nossa liberdade não pode estar à venda por preço algum. Mas a vendemos por bobagens, a trocamos com incrível facilidade.” Ele descrevia nesse capítulo que os seres humanos têm a necessidade de serem perfeitos, que insistem em serem deuses e acabam esmagando o prazer de viver com a energia gasta por essa necessidade neurótica de ser perfeito.
Isso me deixou muito intrigado e pensando que infelizmente essa é uma verdade que vivemos. Pois a sociedade nos cobra ser pessoas bem sucedidas, que conquistou bens materiais, sucesso, dinheiro, fama, influência, mesmo que seja no meio social em que vivemos. Com tudo isso, nós mesmos nos cobramos demais ser e ter essas características, as vezes não pelo prazer de ter ou ser, mas para mostra aos outros o que temos ou o que somos. E onde ficam os valores reais das pessoas? Pois com essa necessidade acabamos massacrando o nosso prazer de viver e das pessoas que vivem ao nosso redor, crescemos reféns de um sistema onde só somos treinados para o sucesso, não aprendemos a lidar com a derrota, o mundo só tem espaço para “vencedores”. Somos
escravos de um sistema que “ou você tem, ou é influente”, caso contrário você é “excluído”.
Os valores como pessoa, de ser solidário, honesto, tolerante, altruísta, já não são os valores que vemos no dia a dia. Pelo contrário, as pessoas são egoístas, radicais, frias, insensíveis, só pensam em si mesmas. Passam por cima de tudo e de todos pelo sucesso, dinheiro, dão mais valor a coisas fúteis do que a vida.
Cada vez mais o ser humano é individualista, menos humano, quem busca viver do simples e não tem a ambição do dinheiro não tem espaço na sociedade, é taxado como louco. Quer dizer que uma pessoa não pode abrir mão das riquezas desse mundo, buscar viver do simples, do essencial, ter uma vida simples? No meu ver, isso sim é louco, inexplicável. Até porque para o sistema que nos governa você também só vale enquanto paga tributos, e mesmo pagando esses tributos você ainda não tem o devido reconhecimento e direitos garantidos, mas esse é outro assunto que não será discutido nesse texto. O fato é que estamos excluindo pessoas e tirando a sua liberdade, muitas vezes sem ao menos perceber, pois passamos por cima de tudo e de todos na busca por sucesso. Eu gosto de um trecho da Bíblia que diz:

O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida”. – (Marcos 8: 36-37)
(Daqui só levamos o que plantamos. Daqui só levamos nossas ações)
Esse trecho retrata bem o quanto o dinheiro e o sucesso é importante para a vida de um homem, porque os bens materiais são ótimos para sustentar o ego e ser bonito aos olhos dos outros, mas para Deus isso não tem valor algum, o que importa para Deus é o que você é como pessoa, então quem depender dessas futilidades para ser feliz, para conquistar a sua liberdade, jamais a terá.
Um homem só é livre quando já não se importa mais com o que os outros pensam a seu respeito, e vive “de acordo com o seu modo de viver”, sem se preocupar com o seu “status social”, com o dinheiro, com o que veste. Os olhos dos outros já não o reprimem, não o afligem. A felicidade está baseada nas coisas simples, num abraço, em um sorriso, em um pôr-do-sol, em estar com os amigos, com a família, em amar e ser amado, em viver e ser livre. E tudo isso dinheiro nenhum pode comprar.

Então Jesus contou a seguinte parábola:
- As terras de um homem rico deram uma grande colheita. Então ele começou a pensar: “Eu não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que eu vou fazer? Ah! Já sei! – disse para si mesmo – Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho. Então direi a mim mesmo: ‘Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se”. Mas Deus lhe disse: “Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?”
Jesus concluiu:
- Isso é o que acontece com aqueles que juntam riquezas para si mesmo, mas para Deus não são ricos. – (Lucas 12: 16-21)

“É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passa pelo fundo de uma agulha.” – (Lucas 18: 25)

Vou seguir descrevendo um trecho do livro “O código da inteligência” de Augusto Cury, que mostra bem os dias em que vivemos em palavras fortes e claras para qualquer um refletir sobre como vivemos, como estamos criando mentes e pessoas cada vez mais individualistas, que avaliam os outros pelo que ostentam, pela sua aparência, esquecendo os valores reais dos seres humanos, tirando a liberdade do próximo e perdendo também a sua própria liberdade.
(Reggae a vida com amor)
O CÓDIGO DO AMOR – (O código da inteligência, Augusto Cury, pág. 55)
Há milhares de jovens nas universidades destruídos de sensibilidade, com traços marcantes de psicopatias. Têm cultura acadêmica, mas não são solidários, tolerantes, altruístas; ao contrario, são egoístas, radicais, sectários. Desconhecem o código da família humana. Amam sua religião, sua ideologia política, seus pais, seu time esportivo, sua raça, mais do que a espécie humana. Se um dia dirigirem sua nação, cometerão atrocidades, não se importarão com as necessidades dos outros.
Está corretíssimo do ponto de vista psiquiátrico e sociológico o famosíssimo pensamento “Amai o próximo como a ti mesmo”. Que é o próximo? O próximo não foi definido, porque inclui todas as raças, todas as culturas, todas as religiões. Só foi definido quem deve decifrar o código do amor: amar como a si mesmo. Que intrigante sabedoria!

“O Senhor nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças”. E o segundo mais importante é este: “Ame os outros como você ama a você mesmo”. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois. – (Marcos 12: 29-31)

“Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente”. Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: “Ame os outros como você ama a você mesmo”. Toda a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas se baseiam nesses dois mandamentos. – (Mateus 22: 37-40)
(Deus é a vontade de estar feliz)
Diante dessa mensagem de vida e liberdade, que busquemos uma vida verdadeira, sem dar tanta importância a coisas fúteis, sem valor, mas vivendo do que é simples e verdadeiro, respeitando todas as diferenças e dando aos outros a mesma liberdade que buscamos.

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